Marrocos, um país de cores, sabores e muitos encantos
Cultura singular, história, arquitetura e paisagens únicas: um paraíso para rodar de moto!
Mercados de rua transbordando de gente, temperos com cores hipnotizantes, sabores marcantes, cobras dançantes, dromedários em fila no deserto, belíssimas montanhas e praias. Estes são apenas alguns dos destaques do Marrocos.
Entre os dias 15 e 27 de outubro de 2023, o Marrocos saiu imaginário e se materializou diante dos olhos de 8 casais de clientes da ROXMOTORS, que atravessaram o país pilotando a Triumph Tiger 1200, explorando o deserto do Saara, a vida agitada da grande Marrakech, as ruelas das cidades antigas e muito mais.
PROGRAMAÇÃO DA VIAGEM
O tour começou em em Málaga, na Espanha, onde o grupo foi recebido pelo time da ROXMOTORS para o jantar de boas-vindas e o briefing da viagem.
O primeiro dia de estrada teve como destino a cidade de Tânger, conhecida como a “Porta da África”. A primeira parada foi em Tarifa, ainda na Espanha, onde embarcamos as motos e a van de apoio na balsa para uma travessia de 90 minutos até o continente africano. Tânger é a cidade onde convergem as águas do Mediterrâneo e do Atlântico e atualmente uma das mais prósperas do país.
Chegamos e fomos direto para hotel, onde encontramos o guia local, que nos acompanhou por um passeio a pé pela emblemática “medina”. O termo significa cidade em árabe e refere-se às cidades antigas que hoje estão rodeadas pelas estruturas modernas em várias regiões do País.
Entramos nas ruelas do “souk” [mercado], ao pé dos altos muros da “kasbah” [fortaleza], visitamos monumentos como o Palácio do Sultão, experimentamos o tradicional chá de menta, enquanto desfrutávamos da vista de um dos terraços da cidade. Emendamos um jantar típico, com música ao vivo para encerrar o dia com chave de ouro.
Na manhã seguinte, partimos em direção a Casablanca. Fizemos a parada para o café na Medina de Asilah, Patrimônio Mundial da UNESCO. Mais alguns quilômetros de pilotagem e chegamos a Rabat, capital do Marrocos. Visitamos o suntuoso Mausoléu de Mohammed V, rei que levou o Marrocos a se tornar independente. Obra-prima da arquitetura árabe, o mausoléu é construído em mármore, destacando-se na paisagem com sua fachada branca e seu telhado verde. Almoçamos ali próximo, em um charmoso restaurante com vista para a medina. Apreciamos um saboroso Tajine, prato típico do Marrocos, servido em uma panela de barro com tampa cônica, nas opções de carne bovina, cordeiro, frango e vegetais.
Na última etapa do trajeto do dia, percorremos por trechos da costa até chegarmos na cosmopolita Casablanca, onde pernoitamos. Casablanca é o centro econômico do Marrocos. A cidade é moderna, sedia grandes empresas, tem bairros nobres e muito trânsito.
Na manhã seguinte, visitamos a Mesquita Hassan II, única no País aberta à visitação. Seu minarete decorado é o mais alto do mundo islâmico, com 200 metros de altura.
Seguimos então ao longo da estrada costeira até Essaouira. No percurso, paramos em El Jadida para tomarmos um café em mais um local encantador perdido pelas vielas da pequena medina. Neste dia, nossa estrada nos brindou com vistas das falésias da costa de Safi e do Cabo Bedduza, entre Yadida e Safi, até chegarmos ao nosso belo hotel em frente ao mar, em Essaouira.
À noite, caminhamos até a medina, fizemos algumas comprinhas e jantamos em um bar, onde nos divertimos no ritmo das músicas e danças típicas.
O quinto dia de viagem nos reservava uma das cidades marroquinas mais famosas em todo o mundo: Marrakech.
No trajeto, avistamos as montanhas do Atlas e seguimos pelo planalto de Kik, terra dos berberes e da árvore de Argan. Já em Marrakech, aproveitamos um fim de tarde e tivemos o dia seguinte inteiro para explorarmos as riquezas da cidade, que tem a cor terracota predominante em suas construções.
Segundo o guia local nos disse, originalmente o objetivo da cor era reduzir a incidência de luz solar, mas acabou se tornando um charme da cidade, então todos mantém a tradição. Os prédios de Marrakech não têm mais que cinco andares, o que proporciona uma bela vista da Cordilheira do Atlas, que têm neve em seu topo durante todo o ano.
O centro antigo muralhado de Marrakech é agitado e na verdade caótico. Andar por lá sem um guia local é praticamente impossível. Na entrada do mercado vemos as serpentes dançantes, macacos sendo oferecidos para fotos com turistas e coisas pitorescas como uma banca de venda de dentaduras (rs). Dentro do “souk” [mercado] é possível encontrar tecidos, especiarias, materiais em couro, artesanatos em cerâmica, tapetes de altíssima qualidade, réplicas de bolsas de luxo, ou seja, de tudo um pouco.
Entre os locais mais bonitos que visitamos destaco a Madraça Bem Youssef e o Jardim Majorelle.
Uma madraça é uma escola muçulmana de ensino superior especializada em estudos religiosos. A Bem Youssef, que já foi a maior escola islâmica do norte da África, é um dos maiores exemplos da arquitetura e da arte islâmica, com detalhes esculpidos em cedro e belíssimos mosaicos em exuberantes cores no pátio central.
Já o Jardim Majorelle, conhecido também como Jardim de YvesSaint-Laurent, é um jardim botânico de dois hectares e meio, criado pelo artista orientalista francês Jacques Majorelle ao longo de quase quarenta anos. A propriedade foi a residência do artista e sua esposa e nos anos 80 foi comprada pelos estilistas Yves Saint-Laurent e Pierre Bergé. Hoje está aberto ao público e abriga o Museu de Arte Islâmica de Marrakech, o Museu Berber e o Museu Yves Saint Laurent.
No 7º dia de viagem, deixamos a encantadora Marrakech e partimos para Boumalne Dadès, uma das zonas naturais mais ricas da região e muito utilizada como base para os turistas, como nós, que buscam explorar as famosas gargantas dos rios Todra e Dades. No trajeto, estradas com curvas intermináveis e deliciosas de serem feitas com a Triumph Tiger 1200.
Nossa primeira parada foi em Ait Ben Haddou, uma cidade de aspecto antigo, com casas de abobe e um verdadeiro labirinto, onde foram filmados filmes como Gladiador. Seguimos nosso caminho passando por Ouarzazate, cidade conhecida como a Hollywood do deserto, onde estão alguns famosos estúdios de cinema, até chegarmos ao hotel em Boumalne Dadès, onde pernoitamos desfrutando um pouco mais da hospitalidade e gastronomia marroquinas.
No dia seguinte, iniciamos o percurso para então cruzarmos as famosas curvas das Gargantas de Dades. As imponentes Gargantas são desfiladeiros íngremes entalhados pelo Rio Dades, que nasce na cordilheira do Alto Atlas.
O visual no topo da garganta, alcançado por uma estrada em ziguezague, é sensacional. Ali há sempre algum marroquino com seu dromedário disponível para tirar fotos mediante o pagamento de alguns dirhans.
Atônitos com as paisagens encontradas, seguimos pilotando rumo ao nosso destino de pernoite, a cidade de Merzouga, que é a porta de entrada para o Saara. O povo berbere e um mar de dunas douradas nos farão perceber que finalmente estamos no verdadeiro deserto. Nos hospedamos em uma charmosa pousada praticamente “pé na areia”, mas do deserto, não da praia.
Depois de mais um saboroso jantar típico servido no próprio hotel, descansamos para o dia livre de atividades no deserto.
Na manhã seguinte, partimos para as excursões em 4×4 e passeios em dromedário. Outra atração que vale a pena são as oficinas onde são trabalhados os fósseis retirados do antigo mar, agora deserto, que se convertem em belíssimas peças de decoração, utensílios de cozinha, entre outros itens que valem a pena trazer de recordação. Os belíssimos palmeirais da região completam a paisagem espetacular.
Após a experiência em Merzouga, partimos no dia seguinte em direção a Fez. Ao sair desta zona fomos surpreendidos pelo Vale do Ziz, onde o rio deixou espetaculares desfiladeiros e pequenos povoados numa zona quase deserta.
Chegamos em Fez ainda com tempo para um passeio. Não podíamos deixar de visitar o curtume Chouara, um dos cartões postais da cidade, onde foram gravadas cenas de O Clone. Lá, os couros de vaca, bode, ovelha e camelo são tratados com fezes de pombo (sim, é isso mesmo) e tingidos com produtos naturais, como açafrão e índigo. O cheiro é bem ruim. Por isso, ao entrar, os vendedores servem folhas de hortelã para abafar o odor.
No dia seguinte, saímos de Fez e pilotamos até Chefchaouen, passando por estradas intermináveis e despovoadas onde encontramos as montanhas do Rife no horizonte. Chefchaouen é conhecida como pérola azul, já que as construções ali são pintadas de diferentes tons de azul, o que faz da cidade um lugar mágico e “instagramável”. Ali se destacam a Alcazaba (fortaleza), a Grande Mesquita, uma das suas espetaculares praças e a Fonte Ras el Maa. Sendo nossa última noite no Marrocos, foi impossível não aproveitar para fazer mais algumas comprinhas de artesanatos locais.
Da charmosa cidade azul partimos rumo a Málaga, na Espanha, passando novamente por Tanger, onde embarcamos na balsa que nos levou de volta ao continente Europeu.
Chegando em Málaga, nos acomodamos no hotel e partimos para o jantar de despedida de um tour sensacional, que ficou para a história de vida de todos nós participantes.
Alguns do grupo ainda estenderam a estadia por mais alguns dias em Málaga, que é definitivamente uma cidade que vale a pena ser conhecida com calma e outros emendaram no tour da Andaluzia, da ROXMOTORS, que merece um outro artigo por aqui.























